Abimci faz balanço das exportações de produtos de madeira
Mesmo com dificuldades comerciais, maioria dos produtos de madeira manteve o volume exportado em 2019
A indústria brasileira de madeira acompanha atenta as negociações internacionais, especialmente entre Estados Unidos e China, para pode avaliar o que esperar de 2020. Na visão da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), os resultados apresentados no ano passado confirmam a expectativa que havia de manutenção dos volumes exportados, apesar das dificuldades comerciais enfrentadas.
“O que se deve levar em conta na avaliação macro do mercado internacional em 2019 é um certo descompasso ocorrido durante entre a oferta e a demanda em alguns países consumidores, somado as imprevisibilidades das guerras comerciais em andamento e da definição das taxações que estão sendo sugeridas para produtos madeireiros, em especial entre Estados Unidos e China”, afirma o superintendente da Abimci, Paulo Pupo.
Um dos produtos que tem como importante foco o mercado internacional, o compensado de pinus registrou um total exportado em 2019 de 2.062.508 m³, queda de 9% em relação ao volume do ano anterior. “Esse volume mostra a estabilidade da produção e da participação do Brasil no mercado internacional, que em 2014 era de 1.2 milhão de m³ e nos últimos três anos se encontra pouco acima de 2 milhões de m³”, explica. Os cinco principais destinos do produto foram Estados Unidos, Reino Unido, Bélgica, México e Alemanha.
Outros produtos que registraram queda nos volumes foram as lâminas de pinus, com redução de 18% quando comparado com o ano anterior; madeira perfilada tropical; pisos engenheirados, que permaneciam estáveis nos últimos anos, embarcou menos 16% em 2019.
Já o compensado tropical teve um crescimento significativo no volume exportado, mas ainda abaixo do histórico das exportações brasileiras em décadas anteriores. A média mensal foi de 7.427 m³. A limitação esbarra nas dificuldades de suprimento ocasionada pela falta de políticas públicas para o uso sustentável da floresta.
Produtos como a madeira perfilada de pinus, predominantemente molduras, madeira serrada tropical e de pinus, portas e pellets praticamente mantiveram os volumes médio embarcados nos anos anteriores.
Expectativas
Na avaliação da Abimci, o mercado internacional de madeira, assim como outros demais segmentos, está enfrentando algumas imprevisibilidades de mercado devido às guerras comerciais em andamento, em especial a travada entre Estados Unidos e China. “Tais incertezas vêm alterando a dinâmica de fornecimento de produtos madeireiros em vários dos principais países importadores, o que torna um desafio fazer uma análise prematura e mais precisa de 2020. A expectativa é de que no início do ano algumas das principais negociações em andamento estejam alinhadas, para trazer normalidade ao comércio internacional”, afirma o superintendente.
No mercado interno, as expectativas são positivas, com a projeção de crescimento e retomada da economia em 2020 conforme dados divulgados em dezembro pelo IBGE e do aumento da confiança tanto do empresariado e do consumidor para com as ações que estão sendo tomadas pelo governo para a melhoria do ambiente de negócios.
Recentemente, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) anunciou que a construção civil pode crescer 3% este ano, o que possibilitaria a geração de 150 a 200 mil empregos formais até dezembro. O segmento é um dos principais nichos para os produtos de madeira no Brasil. A projeção baseia-se no atual cenário de juros baixos e inflação controlada no País.
Fonte: Assessoria de Imprensa Abimci – Interact Comunicação