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19/09/2017

Aumento do consumo interno de madeira passa pela retomada da construção civil

Evento WoodTrade Brazil avalia perspectivas para os produtos de madeira

A expectativa de retomada do crescimento em 2018, com um PIB anunciado de 2%, faz com que o setor da construção civil brasileiro veja com otimismo as possibilidades de negócios no futuro próximo. Soma-se a isso, a perspectiva de novos investimentos no programa habitacional do governo federal para a construção de casas que atendam famílias com renda de até R$ 2.600,00, parte de um universo maior do déficit habitacional brasileiro que chega a 6 milhões de moradias. Um cenário positivo que interessa também para a indústria da madeira.
O painel da manhã do 2º WoodTrade Brazil, evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Malinovski, apresentou aos mais de 240 participantes entre empresários e gestores das principais indústrias de madeira do país, as perspectivas para o mercado interno para o setor madeireiro.

De acordo com o vice-presidente da Área Técnica do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon-PR), Euclesio Manoel Finatti, as expectativas são boas, mas para tanto, será preciso que o país promova as reformas estruturantes. “Por mais que se tenha crédito, é preciso mais segurança na economia para melhoria dos negócios”, avalia. Entre os fatores de risco para a retomada da construção civil, o vice-presidente lembra que esse é um setor dependente de financiamento de longo prazo e de política habitacional do governo, além de ser sensível a taxas de juros.

Na opinião do presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, que participou da abertura do evento, é preciso ter um olhar sistêmico para o Brasil. “2018 será um ano chave, por conta das eleições”, lembra. Na avaliação de Campagnolo, o setor produtivo deve se comprometer a usar o voto para gerar as mudanças necessárias.

Oportunidades para os produtos de madeira
Entre as demandas apresentadas pelo representante do Sinduscon-PR, 82% das famílias que ganham até três salários mínimos precisam de moradias. “Precisamos fazer obras populares e a madeira pode ser uma das alternativas para oferecer construções rápidas e mais eficientes”, afirma.

Questionado se a indústria de madeira estaria preparada para atender parte dessa demanda, Finatti foi categórico: “a indústria de madeira se transformará para atender a demanda do wood frame, que certamente virá”.
Entre os obstáculos que ainda precisam ser superados para popularizar a construção com madeira no Brasil, o vice-presidente do Sinduscon afirmou que um dos maiores desafios é a questão cultural. “Durante quatro anos tivemos que provar para os órgãos oficiais que o o wood frame é viável, algo que já é feito há 200 anos na Europa. Além disso, somos muito tradicionalistas dentro do próprio segmento da construção”, afirmou.

A consolidação de um sistema construtivo com madeira como o wood frame também está no radar das empresas de madeira. “Podemos gerar demanda para os produtos de madeira, contribuir com a questão da moradia, mas para isso, precisamos que o sistema seja incluído em linhas de financiamento oficiais para ganharmos escala e velocidade de execução”, afirmou o superintendente da Abimci, Paulo Pupo, que apresentou no evento dados atualizados compilados pela Associação, que foram reunidos no documento Estudo Setorial em Síntese, e revelam uma indústria que representa 4,4% do PIB nacional, mas ainda recebe pouca atenção das políticas públicas.
Oferta de matéria-prima
E como fica a oferta de matéria-prima para essa indústria? Mario Sant’anna Junior, engenheiro florestal, apresentou números gerais das áreas florestais plantadas de produção e chamou atenção para alguns dados. Com 7,7 milhões de ha de área plantada e retorno de 0 a 15% dos investimentos, o especialista mostrou que a atratividade do negócio no mundo inteiro tem caído desde 2001, puxada pela elevação do preço da terra. Além disso, a área plantada de pinus tem registrado queda de 1,9% ao ano na oferta no Brasil desde 2004, mas com estabilidade em algumas regiões como Santa Catarina e Paraná. Outros fatores que devem fazer parte da avaliação dos negócios florestais é uma constante queda dos investimentos em novos plantios e a mudança de regime de manejos.

Por Interact Comunicação – Assessoria de Imprensa Abimci
Fotos Fiep