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27/05/2022

Comitê Florestal da Abimci se reúne para atualização de pautas

Na manhã de hoje (27), os associados da Abimci participaram da reunião Comitê Florestal. As pautas que foram apresentadas atualizaram os presentem sobre temas que estão sendo trabalhados há algum tempo pela Abimci, Governo Federal, Governo Estaduais e entidades representativas do setor madeireiro de base florestal.

O primeiro tema apresentado na reunião foi um importante avanço para o setor florestal. No início do mês, o Senado aprovou o PLS  214/2015, do senador Alvaro Dias, que altera a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981), que exclui a silvicultura do rol de atividade potencialmente poluidora e utilizadora de recursos ambientais. A modificação na Lei exime o agricultor que exerce a silvicultura de tirar licença ambiental e de pagar a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental. Agora o PLS segue para a Câmara dos Deputados.

Na sequência, o coordenador-geral de fomento e inclusão florestal do SFB (Serviço Florestal Brasileiro), Fernando Castanheira, dividiu com os participantes o atual status do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. “Graças a Política Nacional de Floretas Plantadas temos disponível R$ 800 mil para o desenvolvimento de um projeto que será provavelmente realizado com o Embrapa Florestas que tem como objetivo promover o plantio de 2 milhões de hectares até 2030. A Embrapa Florestas tem o respaldo tecnológico necessário para nos auxiliar neste processo”, avaliou. Além disto, Castanheira destacou que está havendo uma efetiva conversa com o Ibama para a elaboração de uma página no site do Instituto para esclarecimento internacional sobre os documentos que são exigidos para a exportação de madeira de florestas plantadas e nativas. Esta demanda foi apresentada ao SFB pela Abimci, atendendo as solicitações de seus associados que ainda sofrem questionamentos dos importadores. O coordenador-geral, finalizou informando que o SFB está desenvolvendo o projeto Florestas do Futuro, um documento que tem como objetivo apresentar um cenário de futuro para o setor florestal até 2050 para o próximo governo. A previsão é que o documento fique pronto em outubro deste ano.

Após a atualização das pautas nacionais foram apresentadas algumas iniciativas estaduais que estão sendo realizadas pensando no suprimento futuro de madeira. O ex-presidente da Abimci Odelir Battistella contribuiu com a reunião contando sobre as ações realizadas em Santa Catarina. “Estamos desenvolvendo com apoio da Secretaria de Agricultura de Santa Catarina e Epagri, o Programa Florestal Catarinense que tem como objetivo orientar os proprietários de terras do estado sobre o plantio de florestas, especialmente os que possuem áreas próximas as serrarias. Estamos auxiliando na construção de parcerias entre as serrarias e produtores para assim garantir a compra futura da madeira”, contou.

O diretor de operações da TTG Brasil, Carlos Guerreiro também fez um overview da situação florestal nos estados que possuem hoje as maiores áreas plantadas do país, entre eles, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Em sua fala, ficou evidente que nos estados onde existe um relacionamento mais próximo entre a esfera produtiva e governamental, resultados positivos estão sendo alcançados, caso de Mato Grosso do Sul, que hoje é conhecido como um polo de produção de celulose e que tem como meta plantar de 100 a 150 mil hectares de eucalipto por ano para atender a demanda fabril.

Os desafios que o setor enfrenta no Rio Grande do Sul foram evidenciados por Junior Haas, diretor executivo da Hass Madeiras, empresa associada da Abimci. “Temos dificuldades em relação ao licenciamento ambiental e zoneamento das áreas. Felizmente, em 2021 os produtores com áreas inferiores a 40 hectares passaram a realizar o auto licenciamento, isso foi importante porque os produtores puderam voltar para a formalidade e começamos a ver a possibilidade de disponibilidade de madeira futura”.

A reunião contou também com contribuições de Fausto Takizawa, diretor de pesquisa e relações institucionais da TRC Agroflorestal, que falou sobre os desafios que a teca tem enfrentado em Mato Grosso, e do associado Mario Sant’Anna, que explicou o atual momento de reestruturação da certificação Cerflor no Brasil e trouxe cenários e perspectivas do suprimento florestal.

O presidente da Abimci, Juliano Vieira de Araujo, reforçou que o papel da Abimci frente ao cenário florestal nacional. “É claro que temos que encontrar caminhos para o aumento da área plantada, mas não temos como fugir das técnicas manejo florestal e da busca pelo aumento da produtividade por hectare, com a melhoria de mudas e técnicas de plantio, por isto vejo a importância do envolvimento da Embrapa Florestas neste processo. Paralelamente, temos que continuar desenvolvendo ações junto aos governos federal e estaduais para encontrar soluções legais e fomento para viabilizar os investimentos”, justificou.

 

Crédito da foto: Gustavo Castro