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08/03/2016

Empresários apontam desafios e oportunidades no mercado externo

O primeiro painel do encontro Wood Trade Brazil, realizado nesta terça-feira, 8, em Curitiba (PR), debateu as oportunidades e os desafios para os produtos de madeira no mercado internacional.

Na avaliação do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), José Carlos Januário, a retomada da construção civil no mercado norte-americano pode refletir de maneira positiva para os produtores de madeira brasileiros. De acordo com os dados apresentados, a estimativa é de que haja um aumento de 12% no volume total de novas construções nos Estados Unidos, incluindo residências, não residenciais e obras públicas. Além disso, ele apresentou um indicador que prevê um incremento de 8% nas vendas de materiais de construção para reformas e remodelação de residências.

Entretanto, o presidente chamou atenção para o fato do compensado de pinus brasileiro, principal produto exportado para esse destino, ser tributado em 8% sobre o valor FOB, comprometendo a competitividade dos fabricantes nacionais. “A Abimci está atuando para tentar reverter esse cenário, mas, por enquanto, sem sucesso. Temos esse desafio a ser superado”, afirmou.

Além disso, será preciso enfrentar a concorrência, por exemplo, do OSB, que representa 75% dos painéis nas residências nos Estados Unidos.

Mercado europeu

Outro importante destino para os exportadores brasileiros de madeira que mereceu destaque durante o encontro é a Europa. De acordo com o coordenador do Comitê de Laminados e Compensados de Pinus da Abimci, Fabiano Sangalli, hoje o Brasil tem uma dependência menor desse mercado, pois conseguiu entrar em outros destinos como México, países da África e Arábia Saudita. Ainda assim, este é um dos principais destinos internacionais de produtos como o compensado de pinus. “Os países europeus representam um mercado muito dinâmico, com uma grande diversidade de tipos de compradores e com características de compra diferentes, com uma sazonalidade entre novembro e junho e, posteriormente, uma retração para uso dos estoques”, explicou Sangalli.

Para o coordenador, para atuar nesse mercado, os fabricantes devem avaliar a capacidade de compra do europeu, levar em conta a presença de materiais alternativos nesses países, o atual momento social com a situação dos refugiados da Síria e a desvalorização de 20% do Euro nos últimos 24 meses. “Há ainda questões como a concorrência com o OSB e com o compensado do Chile, além do incentivo para que o cidadão europeu consuma de produtores locais”, afirmou.

Em contrapartida, o empresário e coordenador do Comitê disse que o Brasil tem vantagens como o baixo valor do frete marítimo para a Europa, as boas relações de parceria e cooperação estabelecidas pela Abimci com entidades europeias, o desenvolvimento de novos produtos como CLT e os pré-fabricados, que reduzem o tempo de construção, garantem qualidade e mais segurança ao consumidor.

Já o coordenador do Comitê de Madeira Serrada da Abimci, Fernando Gnoatto, apresentou os bons resultados obtidos no mercado no ano passado pelos fabricantes de madeira serrada. Apesar do Brasil não figurar entre os principais exportadores deste produto, perdendo para Canadá, Suécia, Finlândia e Chile, o setor registrou um aumento de 31,45% do volume físico embarcado quando comparados os anos de 2015 e 2014. Para Gnoatto, as oportunidades para esse segmento passam pela revisão de custos internos e busca por novos mercados.

Fonte: Assessoria de Imprensa Abimci – Interact Comunicação
Foto:Gelson Bampi Agência Fiep