
Futuro do segmento de pellets são apresentados no Woodtrade Brazil
Durante o painel Mercado de Produtos de Madeira, foram apresentados os desafios e expectativas para o segmento no Brasil e no exterior
Os pellets estão entre os produtos da indústria de madeira processada que têm possibilidades de expandir a participação nos mercados interno e externo. Em 2023, a produção brasileira alcançou 760 mil toneladas.
Este e outros números foram apresentados pelo empresário Ademir Antônio Gasperini, sócio-diretor da Incobio Indústria e Comércio de Biomassa e coordenador do Comitê de Pellets da Abimci, durante o painel Mercado de Produtos de Madeira do Woodtrade Brazil.
Segundo Gasperini, a demanda crescente por fontes renováveis de energia e os avanços tecnológicos têm impulsionado o segmento e houve um crescimento no número de empresas produtoras de pellets no Brasil nos últimos três anos. “Dobramos as plantas de pellets. Quando o setor madeireiro vai bem, o setor de pellets também vai bem, porém, sem a madeira serrada, sem a moldura ou o painel, não conseguimos ter previsibilidade”, afirmou.
Em 2023, o Brasil exportou 567,3 mil toneladas do produto, o dobro do volume registrado há cinco anos. Os principais compradores dessas exportações são Itália, Reino Unido e França.
Desde 2022, após a publicação das normas técnicas ABNT NBR 17030 e 17013, que estabelecem os requisitos para a fabricação dos produtos em conformidade com a norma, o segmento ganhou mais competitividade e direcionou seus esforços para expandir o fornecimento de pellets para diversos setores. Isso inclui indústrias, aviários, secagem de grãos, redes hoteleiras, escolas de natação, academias, pizzarias, padarias, mercado pet e aquecimento doméstico.
Gasperini destacou os desafios que o setor precisa superar para avançar, incluindo melhor competitividade em custos, a oferta limitada de insumos e de profissionais, e as mudanças climáticas, que estão resultando em invernos mais curtos e com temperaturas mais altas. “A matéria-prima é um desafio há muitos anos, os insumos são caros e não há disponibilidade de mão de obra”, acrescentou.
O empresário encerrou sua palestra apresentando uma possibilidade para o futuro do segmento: o green pellet ou o biovoltz. “O produto fabricado a partir do capim pode ser o porto seguro para as plantas. Diante da nossa capacidade de solo e diante dos números, o capim pode ser uma solução”, concluiu.