
O mercado de compensados no Brasil é tema de painel no Woodtrade Brazil
Na abordagem sobre compensado no Mercado de Produtos de Madeira, foram citadas as mudanças no mercado e as oportunidades para esse segmento
Dos 2,7 milhões de metros cúbicos de compensado produzidos pelo Brasil em 2023, 2,1 milhões foram exportados. O número foi apresentado por Roni Junior Marini, presidente da Marini Indústria de Compensados e coordenador do Comitê de Compensados da Abimci durante o Woodtrade Brazil. Os principais destinos do produto são os Estados Unidos, que em 2023 importou 30,1% do volume, seguido por México, com 11,9% e Reino Unido, que comprou 9,8% desse montante. “Historicamente, o Reino Unido sempre foi o segundo mercado, mas, nos últimos anos, o México tem aumentado o volume de compra”, afirmou Marini.
Com esse volume, o Brasil é o quarto produtor mundial, ficando atrás do Japão, Estados Unidos e China, que hoje lidera o ranking, tendo produzido 36,3 milhões de metros cúbicos no ano passado. Marini fez uma análise detalhada da presença do compensado brasileiro no cenário de exportação. “Nos últimos 20 anos, a produção do compensado de coníferas aumentou significativamente. Na década de 1990 o OSB ganhou mercado com os EUA sendo os maiores produtores. Com a entrada do OSB, a produção de compensado foi diminuindo, foi quando surgiu o gigante chinês que teve um pico de produção em 2013 e, apesar de ter reduzido o volume nos anos seguintes, mantém a liderança até hoje”, contextualizou o empresário.
Em 2024, a produção está em cerca de 300 mil metros cúbicos por mês. Desse volume total, 220 mil metros cúbicos são, em média, exportados, enquanto os 80 mil metros cúbicos restantes são absorvidos pelas indústrias nacionais. Desse volume, aproximadamente 50% são destinados para a construção civil, e os outros 50% absorvidos pelos segmentos de móveis, embalagens e pelo mercado das revendas.
Em sua apresentação, Marini também elencou as oportunidades futuras para o produto brasileiro e as estratégias que podem ser adotadas para vencer os desafios como gargalos logísticos-portuários, preços competitivos e novos mercados consumidores. “Eu sou otimista, a partir do momento que as taxas de juros caírem e com os estoques pequenos nos EUA para abastecer o mercado interno da construção civil, vai haver uma grande demanda reprimida o que será favorável para o produto brasileiro”, concluiu Marini.