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Mercado
30/09/2024

O panorama do mercado de paletes e embalagens foi um dos temas do Woodtrade Brazil

Durante o painel Mercado de Produtos de Madeira, foram apresentados os cenários que geram oportunidades para o segmento  

No painel sobre o mercado de paletes e embalagens do Woodtrade Brazil, José Carlos Haas Junior, diretor executivo da Haas Madeiras e coordenador do Comitê de Paletes e Embalagens da Abimci, falou sobre a evolução do segmento no Brasil e no mercado externo. De acordo com Haas Junior, a produção de paletes de madeira alcançou aproximadamente 108 milhões unidades em 2023. Esse volume foi destinado principalmente aos segmentos de bebidas, agrícola, proteína animal e metalmecânica. 

Segundo o empresário, o aumento da demanda acompanha o crescimento da indústria. “Se cresce o PIB industrial, cresce a procura por paletes de madeira. Quando falamos de varejo, de grande movimentação e escala, as embalagens de madeira são as mais utilizadas, pois é um produto que consegue aliar preço, resistência mecânica, sustentabilidade e facilidade de substituição”, destaca Haas Junior. Ele acrescenta que 93% das indústrias brasileiras que movimentam produtos utilizam paletes de madeira. 

Para ganhar ainda mais espaço nos mercados, a indústria desse segmento tem buscado se padronizar para se tornar mais competitiva. “O palete padronizado consegue ganhar escala, enquanto o costumizado é produzido manualmente. Mas a falta de mão de obra impõe um limite de produção, por isso precisamos ir para a produção do palete padronizado”, afirmou. Ele citou as ações do Comitê de Paletes e Embalagens da Abimci junto à Comissão de Estudos da ABNT para o desenvolvimento da norma técnica para paletes, o que vai auxiliar nessa padronização. “Estamos no caminho para profissionalização do nosso setor com o apoio da Abimci, que é técnica e vai nos ajudar”, disse.

Sobre o suprimento de matéria-prima, Haas Junior citou que o eucalipto democratizou o uso de paletes no Brasil. “Conseguimos produzir palete com floresta de eucalipto e isso é muito interessante, pois só o Brasil consegue fazer isso e produzir para todo o país”, contou.

A escassez de matéria-prima é um dos fatores que impactam o segmento, apesar do Brasil ter disponibilidade florestal, sendo que 70% do mercado é abastecido por eucalipto. “Usamos árvores jovens, com corte raso, porém concorremos com a indústria de papel e celulose que também utiliza esse insumo”, disse. Haas Junior acrescentou que, devido à grande procura pelo insumo, o custo aumenta. “Uma saída para esse cenário seria a verticalização, possível com investimentos em serrarias e o ingresso de grandes empresas no mercado”, apontou.

Durante o painel, Haas também abordou as exigências do mercado relacionadas à sustentabilidade.“As empresas que comprovarem a adoção dessas políticas terão mais oportunidade nos mercados”, diz o empresário. “Quando negociamos a venda de paletes, não falamos só com o comprador, sempre tem alguém do setor de segurança ou de meio ambiente. Assim, a empresa que tem ESG se destaca das demais, pois essa prática distingue um fabricante organizado do não organizado”, disse. 

O empresário citou o acordo de cooperação firmado entre a Abimci com a National Wooden Pallet and Container Association (NWPCA), dos EUA, como um ponto favorável para a divulgação do produto brasilero no mercado externo. “Esse relacionamento com a associação americana coloca o Brasil no hub internacional e conseguimos fazer benchmarking e marketing dos nossos produtos”, concluiu.