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17/09/2019

WoodTrade Brazil aborda oportunidades e desafios para o setor florestal

“O motor que precisamos para fazer o mercado florestal crescer é o investimento industrial”. Com essa afirmação, Jeferson Mendes, diretor da BM2C Consultoria em Negócios e Gestão, abriu a palestra “Investimentos florestais: oportunidades e desafios da indústria de base florestal”, que fez parte do 3º WoodTrade Brazil, evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Malinovski. Na avaliação do diretor, o setor sempre foi muito relevante para o Brasil, apesar de pequeno. Para explicar, ele citou que, para cada R$ 10,00 exportados, R$ 1,00 é importado. Ou seja, apesar de o setor representar somente 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, responde por 16% do saldo da balança comercial.

“Somos um grande player global, com boa posição no mercado global. Na América Latina, de um consumo total de 290 milhões de metros cúbicos por ano, o Brasil responde por quase 70%. Nossa indústria é essencialmente exportadora e, ao mesmo tempo, tem um mercado interno significativo. Alcançamos uma posição de destaque. Poderíamos ser muito maiores se fossemos, por exemplo, prioridade para o governo”, afirmou.

No cenário interno, o diretor lembrou que a crise econômica que atingiu o Brasil em 2014 teve forte impacto na indústria de base florestal, com exceção da indústria de celulose. A queda chegou a até 60%, por exemplo, na indústria do carvão. Na área de painéis, ele ressaltou que ainda há impacto da crise, mas o mercado consumidor tem reagido. Além disso, Mendes apontou que há excedente florestal significativo no país que precisa ser aproveitado para fazer o setor crescer.

Mendes falou ainda sobre as oportunidades do mercado de base florestal e destacou que os mercados mais atrativos para madeira no Brasil estão no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, e todos eles têm barreiras significantes para entrar. Além do Paraná e Santa Catarina, ele citou também que o Mato Grosso do Sul tem um potencial bastante grande.

“Nosso setor tem muitos ativos florestais para venda. Além disso, a resiliência do pinus à crise econômica merece destaque, e as terras aqui têm tido uma valorização significativa. Temos espaço para expansão industrial, novos projetos industriais surgiram, e tudo isso deve ser encarado como oportunidade. A economia brasileira tem a expectativa de crescer entre 2% e 3% nos próximos anos. Mas, para isso, precisamos colocar a casa em ordem”, completou.

Lançamento Estudo Setorial Abimci

Para fechar a terceira edição do WoodTrade Brazil, Paulo Pupo, superintendente da Abimci, falou sobre as ações desenvolvidas pela Associação em defesa do setor madeireiro e florestal, em suas várias linhas de atuação, e citou como uma das principais atividades realizadas o lançamento do Estudo Setorial Abimci 2019, documento completo e robusto que mostra  panoramas atualizados do setor madeireiro e florestal, dados socioeconômicos, geração de emprego e renda, as contribuições do setor para a economia brasileira e seus principais desafios para o crescimento.

A publicação, segundo Pupo, foi dividida em quatro capítulos – Floresta, Indústria, Mercado e Ações Prioritárias. Durante a apresentação, ele também destacou as potencialidades da cobertura florestal do Brasil, tanto de florestas nativas como de plantadas; do quanto o setor de base florestal representa para o Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, da geração de empregos, assim como percentuais exportados e contribuições expressivas para o saldo balança comercial brasileira

Sobre a produção e o consumo, o superintendente da Abimci afirmou que quando comparado aos cenários da última edição do estudo, em 2016, alguns segmentos tiveram aumento efetivo de produção, mas que o consumo interno ficou estagnado e, em alguns casos, acabou diminuindo, por conta da apatia da economia nacional em importantes segmentos consumidores de madeira como o da construção civil, móveis e embalagens, que influenciam diretamente o setor. Diante desses cenários, naturalmente ocorreram algumas migrações de importantes volumes para o mercado externo, o que contribui para o aumento das exportações e o consequente aumento da oferta de alguns produtos. Por fim, o superintendente apontou que fusões e aquisições de ativos florestais vêm influenciando o suprimento florestal em algumas áreas produtivas do país.

Já com relação aos desafios, Pupo salientou que é preciso promover a renovação do parque tecnológico e fazer novos investimentos para aumentar a competitividade. Além disso, a possibilidade de acesso a novos mercados, destaca a necessidade de avanço na normalização e certificação dos produtos madeireiros. Outra frente de trabalho é para consolidação do sistema construtivo de casas em madeira – wood frame, que pode atender à demanda nacional de moradias e, consequentemente, garantir aumento do consumo per capita de madeira no Brasil, inclusão em linhas de financiamento oficiais, ganho de escala e velocidade de execução e custos competitivos em outros sistemas construtivos.

“Por fim, temos que estar atentos às barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias, origem legal da madeira, certificações técnicas internacionais e nacionais, acordos comerciais e cooperação bilateral. Precisamos ser responsáveis pelas regras e leis locais para entrega do produto de madeira que os órgãos de destino exigem, ou estaremos fora do jogo”, concluiu.

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Fonte: Assessoria de Imprensa Abimci – Interact Comunicação 
Foto: Raphael Bernadelli Fotografia